Sua temática foi recorrente às impressões da cultura de sua terra, sua região e suas impressões de sua infância em meio ao pampa gaúcho: sua gente, sua cultura e suas coisas e o inseparável cavalo. Neste quesito, rompeu fronteiras e o retratou em inúmeras raças, nos infinitos movimentos, usos, culturas e esportes.
Apaixonado pela cultura regional gauchesca, é um estudioso meticuloso de todos os aspectos relacionados, de sua história aos seus costumes. De suas matizes às suas texturas. De seus movimentos à sua impressão estática de sua forma. De sua força à complacência na fragilidade de linhas tênues e delicadas perpetuadas em seu trabalho.
Tem sido sempre lembrado pelos tradicionalistas, estudiosos e artistas por ter marcado referência em vários aspectos, recebendo ainda homenagens e citações em outras obras como poesias e letras de músicas. Berega em seu traço forte, meticulosamente trabalhado, vai desde o lado jocoso dos tipos terrunhos nos sempre lembrados Calendários da Petróleo Ipiranga S.A. às centenas de retratos realistas de pessoas e animais usando uma técnica que aprimorou por anos na pintura sobre couro como suporte.
Mostrando desenvoltura do desenho à pintura, do humor ao retrato realista, nunca deixou de estudar à fundo os detalhes, os porquês, a origem. Reflete assim um artista que sempre buscou o completo e o fiel embasado em sua pesquisa, características de seriedade com seu trabalho e disposição na busca da melhoria contínua. “
* 26/05/1936
+ 09/04/2012
Obras de Berega:
Marca, Sinal e Tarca
-Posando para a Posteridade – 1983
Texto de Berega: Campeões de Truco e Rinha, vice de Tava e menção honrosa de Bocha, foi a premiação que a "Flor e Truco", obteve no último "Rodeio Literário, Desportivo e Recreativo". A sede social funciona provisoriamente nos fundos do bolicho "El Sapo Milonguero", do basco Etcheveray. A Sociedade, na verdade, é bem mais recreativa que cultural, mas quem sabe se entre seus componentes não estará um futuro membro de alguma insigne Academia de Letras, um político de renome ou um distinto presidente do Clube Comercial. Quem viver, verá!
-O Mascate - 1986
Texto de Berega: Geralmente chamado de "turco", mesmo quando não o era; montando uma mula zaina e cabresteando o cargueiro, de tempos em tempos como um Papai Noel campeiro, pilchado e aculturado, o mascate aparecia. Esvaziava as bruacas e enchia os olhos das mocitas do pago com cortes de chitas, espelhos, grampos, sabonetes, meias de musselina e mais mil e uma chucherias; maravilhando aqueles que se encontreavam tão longe dessas coisas tão simples. Aos homens, oferecia uma faca de bom aço, um poncho bichará, cigarro feito e alpargatas da extinta marca Martinez & Iglesias. Até a piazada ficava encantada com os caramelos, chupa-gansos, pastilhas, piões e bolitas. Já vão muito longe os velhos mascates, esses vendedores de sonhos, que desapareceram no brete do tempo.
*Fonte do histórico e reproduções das obras: www.berega.com.br
*Em caso de uso do texto, creditar: www.jornalnh.com.br/blogs/abc-do-gaucho
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